Sinopse
O seriado “Sexo e Ditadura” pretende investigar como, durante duas décadas, o regime militar que governava o país levou em conta que o sexo, seja expressado no comportamento, comunicação e artes, era imoral e político. Imoral, porque minava a estrutura familiar cristã, e político, porque a ditadura considerava que o sexo fragilizava a mente e se tornava propício o avanço da ameaça comunista. Antes de ser imoral, portanto, sexo era um problema político. A cruzada moralizadora do regime militar resultaria numa das maiores contradições experimentada pela sociedade brasileira na história recente.
No fim dos anos 60 e ao longo de praticamente toda a década seguinte, enquanto a pílula anticoncepcional e a contracultura precipitavam a revolução sexual no mundo todo, tempos do orgasmo feminino e do divórcio, o Brasil retrocedia com a censura prévia no cinema e na TV, prisões e apreensões de livros e revistas com temas ligados ao sexo. A ditadura dizia que a indústria do sexo, seja ela na forma de revista, filme, livro ou quadrinhos, era uma manipulação para minar a estrutura da família cristã, em uma época em que 95% da sua população era católica.
Trata-se de um projeto de relevância histórica, de como a sociedade se transformou nestes anos de chumbo lutando contra uma ditadura, cujas atrocidades precisam ser investigadas e reconhecidas nos dias atuais.